Kernel Linux 6.17 não traz mudanças drásticas, mas chega com ajustes de compatibilidade para chips AMD e Intel, e em Macs, por exemplo.
Pede a tradição que uma nova versão do kernel Linux seja anunciada oficialmente aos domingos. Pois bem, Linus Torvalds aproveitou o último domingo (28/09) para lançar a versão final do Linux 6.17. A novidade chega com vários pequenos aprimoramentos que envolvem chips da AMD e Intel, por exemplo.
Anunciado dois meses após o Linux 6.16, o kernel 6.17 não traz nenhuma grande novidade. Mas o próprio Torvalds sinaliza que isso não é ruim, pois significa que os desenvolvedores não enfrentaram nenhum grande desafio ou contratempo recente nos trabalhos com a nova versão:
Nenhuma grande surpresa na semana passada, então aqui estamos nós, com o kernel 6.17 lançado e pronto para uso.
(…) Não é empolgante, o que é ótimo. Acho que o maior patch disponível são correções para travamento de alguns conflitos de Bluetooth que poderiam causar situações de “use after free” [tipo de erro de memória].
(…) Fora isso, há as correções de driver habituais (GPU e rede dominam [esse aspecto] como sempre, mas essa “dominância” ainda é bem pequena), há algumas pequenas atualizações aleatórias de outros drivers, algum ruído no sistema de arquivos, kernel e mm [gerenciamento de memória].
Linus Torvalds, líder de desenvolvimento do kernel Linux
O que o Linux 6.17 tem de novo?
As novidades do kernel 6.17 podem não ser empolgantes, mas são relevantes. No que diz respeito aos chips da AMD, os avanços envolvem, por exemplo, o suporte ao driver Hardware Feedback Interface (HFI), que contribui para o uso mais eficiente dos processadores Ryzen por meio da distribuição mais inteligente das cargas de trabalho entre os núcleos.
Também há suporte para a função SmartMux, que permite alternar de modo mais eficiente entre uma GPU integrada e um chip gráfico dedicado em computadores que contam com esses dois componentes.
No universo da Intel, o kernel 6.17 mantém o suporte a múltiplos núcleos de CPU sempre ativado para assegurar que as cargas de trabalho sejam distribuídas de modo mais eficiente entre todos eles.
Além disso, a nova versão traz suporte aprimorado ao driver de webcam IPU7, de modo a melhorar a compatibilidade do Linux com câmeras de notebooks que têm um processador recente da Intel.
Com relação a sistemas de arquivos, uma das novidades está nos ajustes de escalabilidade de alocação de blocos em partições EXT4. Isso contribui para deixar o sistema como um todo mais estável.
Outras novidades incluem:
- suporte melhorado ao sistema de arquivos Btrfs;
- suporte inicial aos codecs HEVC(H.265) e VP9 no decodificador de vídeo Qualcomm Iris;
- drivers gráficos para notebooks com os futuros chips Intel Panther Lake (linha Core Ultra);
- compatibilidade aprimorada em Macs com chip M1 ou M2;
- adição de recursos para a Touch Bar de MacBooks Pro com processador Intel.
Mais detalhes sobre o kernel Linux 6.17 podem ser encontrados aqui e aqui (ambas as páginas descrevem recursos de modo bastante técnico).
Como obter o Linux 6.17?
Usuários que sabem como compilar e atualizar o kernel podem baixar o Linux 6.17 a partir do site oficial.
Note que o procedimento exige conhecimentos avançados. Para o público em geral, o ideal é aguardar que o kernel 6.17 seja liberado pelos desenvolvedores das distribuições Linux.
Costuma não haver pressa para isso, porém. Em linhas gerais, as distribuições usam o kernel mais otimizado para determinada versão do projeto, não necessariamente o mais recente.